Os números de mortos palestinos divulgados pelo Hamas incluem milhares de vítimas de causas naturais, segundo a Henry Jackson Society, que acusa a mídia internacional de aceitar rapidamente esses números manipulados para fins de propaganda.
O número de mortos palestinos na guerra de Gaza parece incluir milhares de pessoas que faleceram por causas naturais, além de dados incorretos — em parte, com o intuito de inflar o número de mulheres e crianças. A acusação é de um relatório divulgado no último sábado por um think tank britânico. De acordo com a Henry Jackson Society, os meios de comunicação internacionais têm sido rápidos demais em aceitar os números fornecidos pelo Hamas, que estariam sendo manipulados para promover uma narrativa distorcida.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, teria “inflado sistematicamente o número de mortos, sem distinguir entre civis e combatentes, superestimando as fatalidades entre mulheres e crianças e até mesmo incluindo indivíduos que morreram antes do início do conflito”, conforme aponta o relatório.
“Isso contribui para uma narrativa em que as Forças de Defesa de Israel (IDF) são retratadas como atacando desproporcionalmente civis, quando, na realidade, uma proporção significativa das vítimas são combatentes”, afirmou o relatório.
A pesquisa foi realizada pelo Fifty Global Research Group, um grupo de voluntários apoiado pelo Instituto Internacional de Estudos Sociais e Jurídicos, um grupo de defesa israelense.
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirmou que mais de 44.000 pessoas foram mortas ou estão desaparecidas nos conflitos até o momento — um número que não pode ser verificado e que não faz distinção entre civis e combatentes. Israel, por sua vez, afirma que busca minimizar as mortes civis e destaca que o Hamas usa os civis de Gaza como escudos humanos, realizando combates em áreas densamente povoadas, como casas, hospitais, escolas e mesquitas.
A Henry Jackson Society também descobriu que cerca de 5.000 palestinos listados como mortos em combate na verdade morreram de causas naturais, incluindo pacientes com câncer que continuaram recebendo cuidados médicos até o seu falecimento.
Além disso, muitas das vítimas relatadas pelo Hamas eram homens entre 15 e 45 anos. Muitas dessas idades foram reduzidas em um ano, de acordo com o Registro da População Palestina, numa tentativa de fazer parecer que mais menores de idade estavam morrendo. O autor do relatório de pesquisa, Andrew Fox, argumenta que essa classificação incorreta alimenta a narrativa de que as populações civis, especialmente mulheres e crianças, são as principais vítimas do conflito, influenciando a percepção pública e a cobertura da mídia.
A faixa etária das vítimas “é compatível com o perfil esperado dos combatentes”, observou Fox, apoiado pelos picos de mortes de homens reportados por fontes familiares, em vez de hospitais. O think tank afirmou que o número também inclui civis mortos por foguetes disparados por terroristas ou enquanto aguardavam ajuda alimentar, como no caso de um jovem de 17 anos, morto a tiros pelo Hamas em dezembro do ano passado enquanto aguardava para conseguir comida para sua família.
O relatório aponta ainda que houve confusão nos registros, como adultos sendo listados como crianças e vários homens identificados como mulheres. O sistema foi corrigido posteriormente, melhorando a precisão dos dados.
Dois exemplos de erro foram citados: um indivíduo de 22 anos listado como tendo 4 anos e um de 31 anos listado como bebê. O estudo concluiu que “a metodologia de coleta de dados do Ministério da Saúde não é cientificamente válida e que seus relatórios de conflitos anteriores também ocultaram mortes de combatentes”.
A narrativa distorcida e a omissão de dados
A Henry Jackson Society observa que, de acordo com estimativas da inteligência militar israelense e americana, aproximadamente 17.000 das vítimas seriam combatentes do Hamas, mas essa informação raramente aparece nos relatórios da mídia internacional.
“A omissão dessas informações contribui para uma narrativa distorcida, onde todas as vítimas são retratadas como civis, moldando a opinião pública e a política internacional com base em dados incompletos ou manipulados”, afirmou a Henry Jackson Society, que criticou veículos como a BBC, The New York Times e CNN.
O estudo revelou que, enquanto 98% dos meios de comunicação analisados usaram os números de vítimas fornecidos pelo Hamas, apenas 5% mencionaram as estatísticas fornecidas pelas autoridades israelenses.
ALTERNATIVA NEWS
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