Denúncias de Condições Desumanas para Trabalhadores Chineses na Primeira Fábrica de Carros Elétricos da BYD no Brasil
Uma investigação da Agência Pública revelou denúncias graves de condições degradantes enfrentadas por trabalhadores chineses na construção da primeira fábrica de automóveis elétricos da BYD no Brasil, localizada em Camaçari, Bahia. As acusações incluem agressões físicas, jornadas exaustivas, falta de acesso a água potável e alojamentos insalubres.
Acusações de Agressões e Condições Desumanas
egundo a reportagem da Agência Pública, operários contratados por empresas terceirizadas da BYD, como a JinJiang Construction Group, estão sujeitos a maus-tratos físicos e ambientes de trabalho precários. Fotografias e vídeos mostram trabalhadores bebendo água de poças no canteiro de obras, trabalhando descalços ou sem capacetes obrigatórios.
Relatos anônimos de funcionários indicam que mestres de obras chineses utilizam chutes e socos como forma de punição, especialmente em casos de atrasos ou descumprimento de ordens. Um vídeo registrado em 9 de outubro mostra um trabalhador caído no chão após, supostamente, ser golpeado pelas costas.
“É comum ocorrerem cenas de violência como castigo”, disse uma fonte sob condição de anonimato à reportagem.
Infraestrutura Precária e Pressão por Prazos
A investigação apontou que os trabalhadores vivem em alojamentos superlotados, sem separação de gêneros, e utilizam banheiros sujos, sem limpeza adequada. O refeitório improvisado dentro do canteiro de obras não oferece tempo para descanso, configurando uma jornada contínua.
A pressão por prazos é outro agravante. Inicialmente prevista para conclusão em 2024, a primeira etapa das obras foi adiada para janeiro de 2025, o que, segundo fontes, resultou em maior pressão sobre os trabalhadores chineses. A etapa prevê a construção de 26 estruturas, incluindo galpões e pistas de testes, para permitir a produção de até 150 mil veículos por ano.
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