Embora ainda não seja possível prever o tom do relatório sobre Moraes, há três fortes indícios de que o documento será contundente. O primeiro fator é o peso dos Estados Unidos dentro da Organização dos Estados Americanos (OEA). Comandado pelo presidente Donald Trump, o governo norte-americano é o principal financiador da entidade, destinando este ano cerca de 50 milhões de dólares — um montante equivalente à soma do investimento de todos os outros 33 países que compõem o colegiado.
Caso o relatório não esteja alinhado com a realidade dos abusos cometidos no Brasil, Trump teria um pretexto para cortar essa verba da OEA, como já fez anteriormente com a agência USaid e diversas ONGs que, segundo ele, atuam para beneficiar a esquerda em nível global. A OEA acompanhou essa linha e reforçou a necessidade de uma postura firme contra desvios democráticos.

Trump, Lula e as polêmicas declarações de Janja A relação de Donald Trump com o governo Lula tem sido marcada por desconfiança e distanciamento. O ex-presidente norte-americano já demonstrou insatisfação com a postura do petista, mas sua indignação não se compara à de Elon Musk em relação a Moraes. Ainda assim, Trump tem razões pessoais para manter distância do atual governo brasileiro.
Em novembro passado, assessores de Trump receberam um relatório com declarações polêmicas de Lula a uma emissora francesa. O petista insinuou que um eventual retorno de Trump ao poder significaria a "volta do nazismo e do fascismo". Tais afirmações foram vistas como uma afronta direta ao republicano e reforçaram o afastamento diplomático entre os dois governos.
Além disso, a primeira-dama Janja Silva protagonizou um episódio vexatório durante um evento do G-20 ao direcionar um "fuck you" a Elon Musk. O bilionário, que já havia manifestado preocupação com a liberdade de expressão no Brasil devido à atuação autoritária de Moraes, viu na postura de Janja mais um sinal da hostilidade do governo petista em relação a figuras ligadas à direita global.
As declarações de Lula também não passaram despercebidas nos bastidores da política americana. Dias antes da eleição presidencial nos EUA, o petista voltou a atacar Trump, associando-o ao ataque ao Capitólio e à suposta ascensão do fascismo no Ocidente. "Como sou amante da democracia, estou torcendo para Kamala Harris vencer", declarou Lula, escancarando sua preferência pelo partido democrata e fortalecendo a animosidade com os republicanos.
Diante desse cenário, a expectativa é que a OEA apresente um relatório consistente e verdadeiro sobre os abusos cometidos por Moraes, algo que poderá ter impactos diretos no futuro das relações internacionais do Brasil.
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