Na década de 1960, o PIB percapita do Brasil era bem maior que o da Coréia do Sul -- girava em torno de US$ 2.603, enquanto o da Coreia do Sul ficava bem abaixo, em torno de US$ 1.027.
À época a Coreia do Sul era um país pobre que iniciou um processo de mudanças na sua política econômica com reformas estruturais que possibilitaram um rápido desenvolvimento econômico. Hoje, a renda per capita da Coreia do Sul é aproximadamente quatro vezes maior que a do Brasil (em 2023, os dados econômicos mostram que o PIB per capita da Coréia do Sul foi de US$ 35.563, enquanto o do Brasil foi de apenas US$ 9.032, em média).
O sucesso econômico da Coréia do Sul, e o relativo insucesso do desenvolvimento econômico do Brasil, evidentemente está relacionado às escolhas de políticas econômicas.
Na Coréia do Sul, estudos de economia e política apontam para uma ação direta do governo na industrialização, políticas orientadas para exportação, foco e investimento maciço em educação (pricipalmente ciência e tecnologia), forte ênfase na ética do trabalho (disciplina e trabalho duro), parceria estratégica com os Estados Unidos, etc.
Já o Brasil, na década de 1990, teve boa iniciativa com a estabilização da moeda (o Plano Real). A estabilização foi importante e necessária para a realização de ganhos econômicos e sociais, e para uma inserção internacional mais forte. Mas foi só isso. Logo em seguida, enveredamos pelo populismo descarado, pela narrativa enganadora do "nunca na história deste país", pela esmola governamental, pelo desprezo do equilibrio orçamentário, e por alinhamentos ideológicos que levaram o Brasil à mediocridade geopolítica e econômica em que se encontra hoje.
Enquanto a Coréia do Sul saiu da pobreza e se transformou numa nação altamente desenvolvida e avançada tecnologicamente, o Brasil, através da prosa que promete e engana, continua dependente da exportação de commodities agrícolas e minerais primárias, desorganizado politicamente, populista economicamente e irrelevante internacionalmente.
Com efeito, o Brasil precisa vislumbrar o longo prazo, cuidar mais da sua educação, aumentar mais a sua capacidade produtiva e competitiva, apresentar um maior e mais sustentável nível de crescimento econômico, integrar-se mais às redes de produção globais, aumentar a cooperação tecnológica, etc., --"Salve, lindo pendão da esperança".
Sim, a Coréia do Sul é um país pequeno, porém grande. O Brasil é um país grande, mas que insiste em ser pequeno.
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Yalu Tinoco - Mestre em Comércio Internacional e Políticas |
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