Durante o governo Jair Bolsonaro, o Brasil implementou uma política de estímulo ao turismo internacional que incluiu a isenção de vistos para turistas oriundos dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália. A medida visava facilitar a entrada de estrangeiros no país, impulsionar o setor turístico e melhorar a imagem do Brasil no exterior. Essa estratégia foi acompanhada por ações de promoção internacional e avanços na segurança pública, o que resultou em números expressivos para o turismo brasileiro.
Dados do Banco Central e do Ministério do Turismo apontam que, apenas nos dois primeiros meses de 2022, turistas estrangeiros deixaram no Brasil cerca de US$ 781 milhões. O setor também apresentou forte recuperação no pós-pandemia, com mais de 21 mil novas contratações registradas em outubro do mesmo ano e um crescimento superior a 240% na movimentação internacional de passageiros em comparação a 2021.
No entanto, essa política foi revertida pelo atual governo, que decidiu retomar a exigência de vistos para os cidadãos dos quatro países beneficiados pela isenção. A medida passou a valer a partir de 2024 para turistas e desde 10 de janeiro para tripulantes de companhias aéreas.
A decisão tem gerado forte apreensão no setor. Empresários e especialistas temem impactos negativos imediatos, como o cancelamento de voos, queda no número de visitantes e prejuízos diretos para a cadeia do turismo — que inclui hotelaria, bares, restaurantes, guias e o comércio em geral. Além disso, o Brasil pode perder competitividade em relação a destinos que continuam a adotar políticas de portas abertas, como diversos países caribenhos.
Para representantes do setor, a retomada da exigência de vistos representa um retrocesso nas políticas de facilitação turística, indo na contramão da tendência global de abrir fronteiras para o turismo como forma de fomentar a economia. A expectativa é de que o impacto anual da nova exigência possa ultrapassar centenas de milhões de reais em prejuízos, afetando principalmente as economias locais que dependem do turismo internacional.
Em um momento em que o Brasil buscava consolidar-se como um destino global atrativo, a mudança de estratégia pode colocar em risco os avanços recentes e comprometer o desempenho de um setor essencial para a geração de empregos e renda.
✅ NOVIDADE: FAÇA PARTE DO CANAL DO ALTERNATIVA NEWS NO WHATSAPP (CLICANDO AQUI)
![]() |
Nenhum comentário:
Postar um comentário