14 de julho de 2025

HUGO MOTTA PEDE SUSPENSÃO DE MANDATO DE JANONES POR SEIS MESES APÓS NOVO CONFRONTO NO PLENÁRIO

Deputado aliado de Lula volta ao centro de polêmica por ofensas e quebra de decoro; histórico inclui caso de “rachadinha” com devolução de dinheiro público.

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou na sexta-feira (11) uma representação formal ao Conselho de Ética contra o deputado André Janones (Avante-MG), pedindo a suspensão de seu mandato por seis meses. A medida foi tomada após o parlamentar protagonizar mais um episódio de descontrole no plenário, desta vez durante sessão ocorrida na quarta-feira (9), quando ofendeu colegas e partiu para o ataque verbal contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), seu principal rival político em Minas Gerais.

A ação, segundo a Mesa Diretora, foi motivada pela “gravidade dos atos” praticados por Janones, que usou palavras de baixo calão, expressões depreciativas e comportamento considerado “incompatível com o decoro parlamentar”. A representação teve como base um ofício do corregedor parlamentar Diego Coronel (PSD-BA), após provocação do Partido Liberal (PL).

O estopim da crise foi o discurso de Nikolas Ferreira criticando o tarifaço de 50% anunciado pelo ex-presidente americano Donald Trump contra produtos brasileiros. Durante a fala, Janones reagiu de forma agressiva, xingando e interrompendo o pronunciamento, o que levou a um tumulto generalizado no plenário e à revolta da bancada de oposição.

Em suas redes sociais, Janones afirmou ter sido agredido fisicamente por deputados ligados ao PL, a quem chamou de “tropa de choque bolsonarista”. Ele ainda anunciou que formalizou queixa-crime e passou por exame de corpo de delito. Em tom provocativo, lançou um recado eleitoral: “2026 já começou. E, a partir de agora, haverá choro e ranger de dentes. É guerra”.

Essa não é a primeira vez que Janones se vê às voltas com o Conselho de Ética. Em 2023, o deputado já havia sido acusado pelo PL de comandar um esquema de “rachadinha” em seu gabinete — prática em que parlamentares exigem parte do salário de assessores. Na época, apesar de o caso ter sido arquivado pelo colegiado, a Procuradoria-Geral da República reconheceu indícios de peculato e propôs um acordo de não persecução penal. Janones devolveu R$ 131,5 mil aos cofres públicos e pagou R$ 26,3 mil de multa.

Agora, caberá ao Conselho de Ética decidir se instaura processo formal contra Janones, e nomear um relator para avaliar o caso. Diante do histórico e da reincidência, parlamentares avaliam que a Câmara poderá, desta vez, aplicar uma punição mais severa.


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