A Bahia ocupa a quarta posição entre os estados com maior número de crimes de violência sexual registrados em 2024, de acordo com o novo Anuário da Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24). Ao todo, foram 8.559 casos notificados no território baiano, representando um crescimento de 3,7% em relação a 2023, quando o número foi de 8.253 ocorrências.
Os dados englobam diferentes tipos de crimes sexuais, como assédio, importunação, estupro, pornografia e exploração sexual, somados em levantamento feito com base nas estatísticas oficiais. O estado está atrás apenas de São Paulo (30.563 casos), Minas Gerais (13.565) e Rio de Janeiro (10.428).
CRIMES AUMENTARAM, EXCETO O ASSÉDIO SEXUAL
Quase todas as categorias apresentaram aumento nos registros de 2023 para 2024 na Bahia, com exceção do assédio sexual, que teve queda de 9,7%. Os crimes com maior crescimento percentual foram:
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Favorecimento à Prostituição ou Outra Forma de Exploração Sexual: 17 casos (+54,3%);
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Divulgação de Cena de Estupro ou Pornografia: 455 casos (+33,6%);
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Importunação Sexual: 1.817 casos (+10,7%);
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Estupro e Estupro de Vulnerável: 5.323 casos (+1,2%);
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Tentativa de Estupro e Estupro de Vulnerável: 389 casos (+0,6%);
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Assédio Sexual: 558 casos (-9,7%).
A maior parte das vítimas de estupro no Brasil são mulheres: 85% dos casos registrados no país envolvem vítimas do sexo feminino. Na Bahia, esse percentual sobe ainda mais e chega a 87%.
CONTEXTO NACIONAL
No cenário nacional, o Brasil registrou 141.573 crimes de violência sexual em 2024. Destes, 87.545 são casos de estupro, configurando o tipo de crime mais recorrente dentro desta categoria.
O aumento constante nas estatísticas de crimes sexuais, especialmente envolvendo mulheres e crianças, acende um alerta para a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes de prevenção, acolhimento e punição, além de reforço nas campanhas de conscientização e denúncia.
UM PROBLEMA QUE EXIGE RESPOSTAS RÁPIDAS
A escalada desses crimes evidencia a fragilidade na proteção das vítimas e na prevenção da violência sexual no estado. Especialistas apontam que o aumento nos registros também pode estar ligado à maior conscientização das vítimas e melhoria nos canais de denúncia, mas reforçam que os números ainda representam uma parcela do total de casos que ocorrem silenciosamente.
A sociedade baiana, especialmente autoridades públicas e instituições de apoio às vítimas, precisam agir com urgência para conter esse avanço e oferecer suporte adequado a quem sofre esse tipo de violência. A criação de políticas integradas entre as esferas municipal, estadual e federal se mostra cada vez mais indispensável para enfrentar essa grave realidade.
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