FLÁVIO PRESSIONA ALCOLUMBRE: "É OBRIGAÇÃO PAUTAR IMPEACHMENT DE MORAES"

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Senador volta ao Brasil após operação contra Bolsonaro e cobra ação do Senado diante dos abusos do STF: “Democracia chegou à escolhambação”

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) subiu o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e cobrou publicamente o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), nesta quarta-feira (23). Após retornar às pressas de Portugal, onde estava desde o fim de semana, o parlamentar classificou como “obrigação institucional” a necessidade de Alcolumbre pautar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que atingem o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Flávio protocolou um novo requerimento de impeachment contra Moraes poucas horas depois da operação da Polícia Federal que impôs uma série de medidas restritivas a Bolsonaro — entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica e o veto à comunicação nas redes sociais, até mesmo por terceiros.

Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, Flávio foi direto: “É obrigação do presidente do Senado colocar isso para votação. O pedido está bem fundamentado. Que o plenário decida. O que não dá mais é para o Senado seguir calado enquanto a democracia vai sendo destruída por um ministro que age com garantias de impunidade”.

O senador afirmou ainda que a paralisia do Senado diante dos excessos de Moraes levou o país a um estado de “escolhambação institucional”. 

“O Alexandre parece ter um seguro vitalício com qualquer presidente do Senado. Nenhum pedido contra ele anda. Essa omissão nos trouxe até aqui”, disparou.

A crise institucional entre Judiciário e Legislativo se agrava em um momento em que o Congresso tenta pautar projetos que limitam os poderes do STF e estabelecem punições para abusos de autoridade. Segundo Flávio, medidas como a possível sanção de entrada nos EUA contra Alcolumbre e Hugo Motta (presidente da Câmara) seriam um reflexo da desmoralização das instituições brasileiras no exterior.

“Eu defendo o diálogo sempre, mas o que se vê é uma intransigência absoluta na proteção de um ministro que já passou de todos os limites. Se houver reação internacional, como a suspensão de vistos, não será por acaso. É o preço da conivência com o autoritarismo”, completou.

Nos bastidores, cresce a pressão sobre o Senado para reagir ao que parte da oposição classifica como “ditadura togada”. Mesmo assim, Alcolumbre já deixou claro que não pretende abrir espaço para julgamentos de ministros do STF — atitude que, para parlamentares aliados a Bolsonaro, só fortalece o desequilíbrio entre os Poderes.

Fonte: Rede Comunica Brasil

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